"As pessoas precisam estar preparadas para receber PCDs nas empresas e lidar com nossas necessidades", diz servidora do Butantan
Maria Estela Pezzine chegou ao Butantan em 1988 para trabalhar como telefonista e atua como auxiliar administrativa
Publicado em:
10/06/2022
Maria Estela Pezzine, 57 anos, é auxiliar administrativa no Protocolo do Instituto Butantan. Ela explica que o nome mais utilizado para sua condição é "visão subnormal": ela tem 10% da visão e enxerga a um metro de distância, no máximo. A deficiência foi adquirida ainda bebê. Maria Estela nasceu prematura e foi exposta incorretamente ao oxigênio da incubadora, o que provocou danos em sua retina.
Apesar das dificuldades, entre elas locomoção e leitura durante a fase escolar, a auxiliar administrativa contou com ajuda de familiares, amigas e professoras que davam assistência para quem tinha deficiência visual. "Minha mãe lia livros para mim, gravava resumo com gravador. Na época, a gente não tinha livros com letras ampliadas e nem opções de ferramentas. Ela me ajudou muito tanto na escola como na faculdade", lembra.
A deficiência visual não a deteve de ir atrás de seus sonhos. Um deles surgiu ainda no ensino médio, quando Maria Estela sentiu vontade de aprender braile. Para ela, entender esse novo sistema de escrita tornaria possível seu desejo de ajudar outros deficientes visuais. Anos mais tarde, também se formou em pedagogia. "Aprender braile foi um sonho que realizei e tenho orgulho disso", celebra.
Maria Estela chegou ao Instituto em 1988 para trabalhar como telefonista. Na época, diz ter enfrentado alguns desafios relacionados à adaptação, mas, hoje, em um departamento diferente do qual iniciou sua trajetória, a colaboradora consegue perceber de forma positiva o quanto o Butantan tem abraçado profissionais com deficiência e investido em inclusão e acessibilidade.
Para ela, a base para uma mudança está nas mãos dos gestores e gestoras, que precisam estar abertos não só para receber PCDs, mas ouvi-los e acompanhá-los.
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PCD
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