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A robusta urutu-cruzeiro, uma cobra especialista em capturar mamíferos

Com sua coloração típica, a urutu é uma das mais conhecidas serpentes peçonhentas brasileiras


Publicado em: 11/11/2022

O que mais chama atenção na urutu-cruzeiro (Bothrops alternatus) é o desenho de cruz que algumas serpentes da espécie podem apresentar no topo de suas cabeças. É devido a isso que recebe o nome popular de cruzeiro, cruzeira ou vibora de la cruz nos países de língua espanhola. E não é a única imagem curiosa que a serpente traz na pele: ela tem marcas em formato de gancho de telefone distribuídas por todo corpo. Sua coloração é uma combinação de preto, cinza, marrom e branco, sendo considerada uma das mais belas “jararacas” brasileiras.

A urutu-cruzeiro é envolta em lendas e crenças populares. Talvez você já tenha ouvido, por exemplo, o ditado: “a urutu quando não mata, aleija”, que faz referência aos acidentes causados pela picada da serpente. Apesar da lenda, isso não é verdade, e a peçonha dessa cobra é menos potente do que os venenos de outras serpentes brasileiras, como o da coral-verdadeira ou da cascavel. Ainda assim, elas são capazes de causar acidentes graves e o envenenamento deve ser combatido com o soro antibotrópico (pentavalente), produzido no Instituto Butantan.

 

Encontrada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, a urutu-cruzeiro também ocorre na Argentina, no Paraguai e no Uruguai. A espécie costuma viver em habitats mais úmidos, por vezes pantanosos, próximos a cursos d’água, em áreas abertas como campos e afloramentos rochosos, em algumas áreas de mata e até mesmo em regiões de cultivo agrícola.

São serpentes terrícolas, robustas e, apesar de poderem atingir mais de 1,50 m, a maioria dos indivíduos é menor do que isso. A urutu-cruzeiro possui uma dieta especializada em mamíferos, diferente de outras espécies do gênero Bothrops, que em sua fase jovem se alimentam de presas de sangue frio, como anfíbios e lagartos.

 

URUTU-CRUZEIRO

Espécie: Bothrops alternatus, da ordem Squamata, da família Viperidae e do gênero Bothrops

Onde habita: áreas úmidas e abertas como campos e afloramento rochosos, áreas florestadas próximas a cursos d’água nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, além de países como Argentina, Paraguai e Uruguai

Características físicas: pode medir mais de 1,50m; sua coloração é, geralmente, uma composição de preto, marrom, cinza e branco; possui manchas escuras em formato de gancho de telefone distribuídas por todo corpo; e alguns indivíduos apresentam uma mancha em formato de cruz no topo da cabeça

Alimentação: pequenos mamíferos