Nesta sexta (30), ao acompanhar o envio de um novo carregamento de 1,2 milhão de doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, o presidente do instituto, Dimas Covas, lembrou que a maioria dos brasileiros que já completou seu esquema vacinal contra a Covid-19 recebeu a vacina do Butantan feita em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.
“Como as duas doses da CoronaVac possuem intervalo de 28 dias, boa parte das pessoas que já completaram seu esquema vacinal receberam a vacina do Butantan. Estão protegidas porque é uma excelente vacina, de excelente qualidade, excelente segurança e está mostrando o seu efeito na diminuição dos casos, infecções, internações e óbitos”, resumiu Dimas.
O estudo de eficiência Projeto S, por meio do qual o Butantan vacinou a população adulta da cidade de Serrana, no interior paulista, constatou que a imunização com CoronaVac causou uma redução de 80% no número de casos sintomáticos de Covid-19, de 86% nas internações e de 95% nos óbitos. A pesquisa clínica também mostrou que a vacinação da população leva à imunização inclusive de quem não tomou a vacina, pois a pandemia foi controlada com 75% da população imunizada.
Desde meados de janeiro, quando começaram as entregas ao PNI, mais de 57 milhões de doses da CoronaVac foram aplicadas nos braços dos brasileiros. Com as entregas desta sexta, o Butantan alcança a marca de 62,849 milhões de doses encaminhadas ao governo federal.
Durante a entrevista, Dimas reforçou ainda que o instituto foi o fornecedor que iniciou o programa de imunização brasileiro, com a distribuição das primeiras doses em 17 de janeiro, e vai ser o primeiro a terminar seu compromisso com o Ministério da Saúde, entregando todas as 100 milhões de doses encomendadas.
“Hoje nós iniciamos a programação para as próximas entregas. Nós temos 19,5 milhões de doses aqui no Butantan em produção. Na próxima quarta-feira iniciamos a entrega de 2 milhões de doses e seguimos até completar esses 19,5 milhões”, afirmou o presidente do instituto, se referindo às doses elaboradas a partir dos 12 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) que chegaram da China em 13/7. Até a próxima quinta (5), o Butantan deve receber mais 6 mil litros de matéria-prima para a fabricação de mais 10 milhões de doses.
Além disso, Dimas voltou a salientar a diferença entre terceira dose e dose de reforço. “O que se discute hoje não é uma terceira dose. Terceira dose significa que você tomou duas doses de uma vacina e vai tomar a terceira dose da mesma vacina. O que se discute hoje é o reforço anual, o chamado booster vacinal, e as possibilidades que estão sendo pesquisadas envolvem todos os imunizantes”, explicou o professor.
Na última semana, o Ministério da Saúde anunciou que faria um estudo para avaliar a imunidade gerada pela CoronaVac na população já vacinada. O Butantan já tem uma pesquisa em andamento com o objetivo semelhante, de analisar a imunidade de longo prazo gerada pela vacina na população de Serrana, constituindo um novo ciclo do Projeto S.