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Grande questão da pandemia hoje é o desafio da variante delta, diz presidente do Instituto Butantan


Publicado em: 25/08/2021

Na manhã desta quarta (25), enquanto acompanhava a saída de um novo lote de 4 milhões de doses da CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, relembrou que o avanço da variante delta (B.1.617.2, indiana) é uma preocupação hoje no combate à pandemia.

 

“Nos Estados Unidos, 75% dos internados são indivíduos acima de 60 anos e vacinados por causa da variante delta”, apontou o presidente do Instituto. “A grande questão é o desafio da variante delta, que apresenta um escape vacinal em todas as vacinas”, completou.

A fala aconteceu durante a coletiva de imprensa realizada após a saída de doses. Desde o início da vacinação, no dia 17/1, o Butantan já forneceu 82,849 milhões de doses do imunizante ao Ministério da Saúde, por intermédio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). 

A delta é 50% mais transmissível e mais forte que as outras variantes, de acordo com um estudo do Imperial College de Londres que contou com participação de pesquisadores ligados à Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com o último boletim epidemiológico da Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, a variante delta tem uma incidência de 1,04% no estado de São Paulo. A gama (P.1, amazônica) ainda predomina, com 88,94%. “Os casos no Brasil continuam caindo, as internações estão caindo e os óbitos estão mais ou menos estáveis nessa última semana. Se eventualmente a variante delta prevalecer, essa situação será enfrentada”, comenta. 

Nesta segunda (23), durante o lançamento do inquérito domiciliar que o Instituto Butantan vai realizar em Guaxupé (MG), Dimas havia falado da necessidade de atualização das vacinas contra a variante delta. “Todas as vacinas em uso precisam ser adaptadas com as variantes que circulam. Se a variante delta está nesse momento no Brasil, é exatamente o ponto certo para início dos estudos e do acompanhamento”, disse ele. 

Ainda durante esta quarta (25), o presidente do Butantan recordou que a idade é um grande fator para as pessoas ficarem ainda mais alertas ao vírus. Assim como o restante do organismo, o sistema imunológico sofre os efeitos do processo de envelhecimento, o que é chamado de imunossenescência.

“Para todas as vacinas, os indivíduos idosos têm uma resposta menor. Isso já é bastante conhecido”, salientou. “O que se discute é o nível de proteção necessária para enfrentar a infecção, o que nós chamamos de correlatos de proteção.”