A CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, já é usada em crianças de três a 11 anos em diferentes países do mundo. China, Hong Kong, Chile, Equador, Indonésia e Camboja autorizaram o uso da CoronaVac após os estudos mais recentes comprovarem sua eficácia e segurança na imunização de crianças e adolescentes contra a Covid-19.
A China foi pioneira neste sentido e autorizou o uso da CoronaVac em crianças a partir de três anos no final de maio. O Chile anunciou a mudança da faixa etária em setembro. Equador autorizou o uso do imunizante em outubro e Indonésia, Hong Kong e Camboja ampliaram sua faixa etária de imunização contra o SARS-CoV-2 em novembro.
Veja o que cada país determinou e as faixas etárias correspondentes.
China
Na China, a CoronaVac foi aprovada para uso emergencial em crianças de três a 17 anos em 28/5. Segundo o Ministério da Saúde chinês, o país já vacinou 84 milhões de crianças entre três e 11 anos em toda a China, e mais de 49 milhões já receberam doses de reforço.
O país oferece a CoronaVac e outras duas vacinas da farmacêutica Sinopharm em seu programa de imunização contra Covid-19.
Chile
O Chile autorizou o uso da CoronaVac em crianças a partir dos três anos em setembro, após já ter começado a vacinar crianças de seis a 11 anos com o imunizante. No Chile, as crianças tomam duas doses da vacina com intervalo de 28 dias.
Segundo o Instituto de Saúde Pública do Chile, a ampliação da faixa etária infantil se baseou na análise dos estudos do laboratório chinês Sinovac, que incluiu dados de 100 milhões de doses aplicadas em crianças de três a 17 anos. O estudo considerou a vacina segura para esta faixa etária ao relatar um número muito pequeno de eventos adversos não graves, um total de 3,67 casos para 100.000 doses.
“A autorização da vacina CoronaVac a partir dos três anos é uma boa notícia que conta com o respaldo do estudo clínico realizado no Chile que mostrou que meninos e meninas apresentam maior produção de anticorpos que os adultos e menos reações adversas”, disse o ministro da Ciência e Tecnologia do Chile, Andrés Couve, durante o anúncio da ampliação da faixa etária vacinal.
Indonésia
A Indonésia autorizou o uso da CoronaVac para crianças de seis a 11 anos em novembro. Antes, a vacina já estava autorizada para aplicação em adolescentes de 12 anos ou mais e adultos.
Segundo a Agência de Monitoramento de Drogas e Alimentos (BPOM), órgão regulador indonésio, a decisão foi baseada nos resultados dos ensaios clínicos de fase 1 e 2 feitos na China envolvendo 550 crianças entre seis e 11 anos, que mostraram que a vacina forneceu imunogenicidade para 96% dos destinatários e ofereceu eficácia semelhante aos ensaios anteriores para crianças com mais de 12 anos.
A agência avalia aumentar a faixa etária de autorização do imunizante para crianças menores de seis anos.
Equador
A CoronaVac é a vacina mais administrada no Equador, e o imunizante é indicado para crianças de cinco a 11 anos no país desde outubro. Segundo o Ministério da Saúde equatoriano, 64,5% das crianças desta faixa etária já receberam a primeira dose do imunizante e 20%, a segunda dose.
A segurança das vacinas de vírus inativado também foi um fator de preferência pela CoronaVac nesta faixa etária, afirmou Cristina Aldaz, gerente institucional de gestão do Plano Nacional de Vacinação do Equador.
“A CoronaVac é muito similar às vacinas de vírus atenuado que já se aplicam desde o nascimento de crianças na vacinação regular no país”, disse em palestra virtual com especialistas para explicar os benefícios da CoronaVac para crianças pequenas.
Hong Kong
O governo de Hong Kong aprovou o uso da CoronaVac em crianças a partir dos três anos em 20/11. Antes disso, o país já havia liberado o uso emergencial da CoronaVac em adolescentes a partir de 12 anos e em adultos.
Em comunicado, o governo afirmou que “a vacinação pode proteger as crianças da infecção por coronavírus e permitir que voltem à escola e à vida normal o mais rápido possível”.
Camboja
O Camboja começou a vacinar crianças de cinco anos com a CoronaVac em novembro. O imunizante será administrado em duas doses, com 28 dias de intervalo entre elas.
O país já estava vacinando crianças a partir dos seis anos.
Segundo o primeiro-ministro do país, Samdech Techo Hun Sem, a ampliação da faixa etária se deu após o país concluir a vacinação de crianças com seis anos ou mais oito meses antes do previsto.
"Até 31/10, o Camboja havia vacinado 85,68%, ou 13,7 milhões de sua população de 16 milhões", disse ele.