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Butantan sedia oficina de aprimoramento da vigilância de vírus respiratórios em São Paulo

Iniciativa promovida pela SES, OPAS, Ministério da Saúde, COSEMS e CONASS aborda novas estratégias de vigilância do SARS-CoV-2, gripe e outros vírus


Publicado em: 27/08/2024

O Instituto Butantan sedia entre os dias 27 e 30/8 a Oficina Mosaic – Aprimoramento da Vigilância dos Vírus Respiratórios, iniciativa promovida pela Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES), em colaboração com o Butantan, com o Ministério da Saúde, e com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que visa o monitoramento do SARS-CoV-2, influenza e outros vírus respiratórios.

Além de representantes dessas entidades, a oficina conta também com a participação de representantes do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (COSEMS), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), que discutem uma abordagem estratégica para fortalecer os sistemas de vigilância em saúde pública, preparando melhor os países para responder a ameaças de vírus respiratórios. A primeira oficina ocorreu em Brasília (DF) em fevereiro e outras serão replicadas em 25 estados do Brasil.

“Nós abrimos o espaço para receber, em nome da Secretaria do Estado da Saúde e em nome do Instituto Butantan, a Oficina Mosaic, que é uma ação da Organização Pan-Americana de Saúde para melhorar as ferramentas de vigilância epidemiológica e notificação de agravos no Estado de São Paulo. O Butantan tem um papel importante e um interesse muito grande que esses projetos tenham um grande sucesso”, afirmou o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, durante a abertura do evento.

Tatiana Lang (SES); Alexander Rosewell (OPAS); Regiane de Paula (SES); Esper Kallás (Butantan); Sandra Coccuzzo (Butantan) e Brigina Kemp (COSEMS-SP) na abertura da Oficina Mosaic

A participação do Instituto Butantan na iniciativa reflete a missão da Instituição. Em 2022, o Butantan em conjunto com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) criou o Centro para Vigilância Viral e Avaliação Sorológica (CeVIVAS), que realiza a vigilância genômica dos vírus influenza, SARS-CoV-2 e dengue circulantes no estado de São Paulo, no Brasil e nos países vizinhos. Experiência que chega para agregar à Oficina Mosaic.

“Participar da Oficina Mosaic é entender que estamos em um caminho de integração fundamental com todos os entes que devem participar dentro das políticas públicas e que estamos trazendo para o Butantan até a bancada, experiência essa fundamental e que de fato vemos reverberar na saúde das pessoas”, afirmou a diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan e coordenadora do CeVIVAS, Sandra Coccuzzo.

O diretor do Butantan, Esper Kallás (ao centro) durante a Oficina Mosaic

Para Esper Kallás, a participação do Butantan no Mosaic, em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde, tem total aderência com a vigilância, a pesquisa e a produção de imunobiológicos do estado de São Paulo.

“Tanto a Secretaria Estadual de Saúde como o Butantan são instituições do estado de São Paulo. A Secretaria tem um centro de controle de doenças que está voltado para essa área, trabalha junto com o Centro de Vigilância Epidemiológica na vigilância de agravos de doenças, inclusive preveníveis com vacinas. E o Instituto Butantan trabalha com o desenvolvimento de produtos imunobiológicos, vacinas e anticorpos para proteção de infecções, além de ter uma linha completa de desenvolvimento de pesquisa pela qual se estuda muito a epidemiologia de doenças infecciosas”, destacou o diretor.

A oficina tem função de criar estratégias de aprimoramento da vigilância, segundo a coordenadora da Coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo, Regiane de Paula

Para a coordenadora da Coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo, Regiane de Paula, a oficina é uma forma de “construir algo não somente para o estado, mas para o Brasil como um todo.”

“O Estado de São Paulo já tem uma rotina de vigilância, mas queremos aprimorá-la com novos sistemas de informações e integrações, para que se faça esse mosaico, ou seja, para que cada órgão vá montando esse pequeno quebra-cabeça e, no final, termos um painel de tudo que temos que fazer com os vírus respiratórios de forma muito mais rápida e ativa”, esclareceu.

Regiane afirmou que a pandemia de Covid-19 deixou um legado na vigilância epidemiológica do estado, que pode evoluir ainda mais com a união entre as secretarias municipal e estadual e o governo federal. 

“Estamos trabalhando integrados com as três esferas de poder para aprimorar, melhorar e responder de forma muito mais ativa à população do estado de São Paulo”, ressaltou.

Alexander Rosewell, coordenador do Programa de Emergências em Saúde da OPAS: iniciativa visa fortalecer a vigilância de vírus respiratórios

Segundo Alexander Rosewell, coordenador do Programa de Emergências em Saúde da OPAS, a Covid-19 testou a capacidade de vigilância de doenças respiratórias em todos os países, ressaltando a importância de ampliá-la e fortalecê-la.

“Aprendemos que é impossível atender às muitas necessidades complexas de vigilância de vírus respiratórios com um único sistema de vigilância. Portanto, o Mosaic visa à vigilância do SARS-CoV-2, da gripe e de outros vírus respiratórios”, afirmou.

Marcelo Gomes, coordenador-geral de Vigilância da Covid-19, Influenza e outros vírus Respiratórios do Ministério da Saúde: preparo para novas emergências em saúde que virão

Para o coordenador-geral de Vigilância da Covid-19, Influenza e outros vírus Respiratórios do Ministério da Saúde, Marcelo Gomes, a oficina permitirá avaliar onde e de qual maneira as vigilâncias precisam ser aprimoradas.

“É fundamental que continuemos avançando e entendermos onde e no que precisamos melhorar e estar mais bem preparados para quando a vigilância for posta à prova. Ter esse sistema muito bem estruturado e funcionando de maneira adequada vai permitir que se consiga obter rapidamente as informações quando novas emergências surgirem”, apontou.

Participantes do primeiro dia da Oficina Mosaic sediada no Instituto Butantan, em São Paulo

 

 

Reportagem: Camila Neumam
Fotos: Renato Rodrigues e José Felipe Batista