HPV é a sigla em inglês para o papilomavírus humano. Existem mais de 150 tipos conhecidos desse vírus, sendo a maioria inofensiva.
No entanto, alguns podem causar lesões na pele e na mucosa (normalmente verrugas) e, especificamente dois deles:
estão associados ao surgimento de câncer de colo de útero, vagina, vulva, pênis, ânus e orofaringe.
Estudos indicam que cerca de 80% da população sexualmente ativa deve ser infectada pelo vírus em algum
momento de sua vida. Além disso, não existe um tratamento específico contra o HPV.
Ainda que sejam tratáveis, as lesões provocadas pelo vírus podem evoluir para doenças graves.
A transmissão do HPV ocorre por via sexual e pode acontecer mesmo sem penetração.
Estima-se que haja entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil e que surjam 700 mil novos casos de infecção por ano
O câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres que vivem em regiões em desenvolvimento
Em 2018, cerca de 72 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer de colo de útero e 34 mil morreram pela doença nas Américas
A vacina também protege contra os cânceres de vulva, vagina, peniano, anal, orofaringe, além de verrugas genitais
Desde 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha com a meta de eliminar o câncer de colo de útero e o classifica como um problema de saúde pública mundial. Até 2030, é esperado que:
Observação: No SUS, a vacina é liberada para crianças de 9 a 14 anos e para pessoas imunossuprimidas ou pacientes oncológicos. Após publicação da Nota Técnica nº 41 de 2024 do Ministério da Saúde, pessoas de 15 a 19 anos poderão receber uma dose da vacina, e portadores de papilomatose respiratória recorrente (PRR) poderão se beneficiar da vacinação com esquema preconizado em bula, de acordo com sua faixa etária.
A orientação é que a vacina seja aplicada em três doses:
A vacina contra o vírus HPV recombinante deve ser administrada por suspensão injetável.
Observação: O Programa Nacional de Imunizações (PNI), por meio da NT 41/2024, recomenda dose única para meninos e meninas de 9 a 14 anos e três doses para imunodeprimidos e vítimas de violência sexual.
A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% da população elegível, mas os números estão abaixo do esperado no Brasil.
Os principais motivos da baixa imunização são a desinformação e a disseminação de fake news, como:
A vacina do Instituto Butantan é quadrivalente e protege contra o HPV de baixo risco tipos 6 e 11, que
causam verrugas anogenitais, e de alto risco tipos 16 e 18, que causam câncer de colo uterino, de pênis,
anal e oral.
A indicação é que a vacinação ocorra antes do início da vida sexual, para que homens e mulheres estejam
protegidos do vírus desde as primeiras relações e não o transmitam para seus parceiros e parceiras.
A vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) contém VLPs L1, que são proteínas semelhantes aos vírus do tipo selvagem. Como essas partículas não contêm DNA viral, não podem infectar as células ou se reproduzir. Nos estudos pré-clínicos, a indução de anticorpos antipapilomavírus com vacinas com VLPs L1 resultou na proteção contra a infecção.
O câncer de colo do útero é uma doença grave e pode ser uma ameaça à vida. Ele começa
quando a mulher contrai alguns tipos de papilomavírus humano, que podem fazer com que as
células normais do revestimento do colo do útero se tornem anormais ou lesões pré-
cancerosas. Essas lesões são geralmente detectadas no exame de Papanicolau. Se essas lesões
não forem tratadas, podem se tornar cancerosas.
As verrugas genitais são causadas por alguns tipos de papilomavírus humano. Costumam
aparecer como verrugas irregulares da cor da pele e são encontradas dentro ou fora dos
genitais de homens e mulheres. Podem doer, coçar, sangrar e causar desconforto. Às vezes,
podem voltar depois do tratamento.
A melhor forma de prevenção é usar camisinha nas relações sexuais e se vacinar – o
imunizante é distribuído gratuitamente pelo SUS. Vale ressaltar, porém, que o preservativo
não impede totalmente a infecção pelo HPV, já que as lesões estão presentes em áreas não
protegidas pela camisinha.
O exame preventivo de Papanicolau, para mulheres, também é uma forma de prevenir lesões
que causam o câncer de colo do útero.
A infecção pelo HPV é, na maioria dos casos, assintomática. A doença pode causar lesões na
vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal
e região pubiana. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais,
como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.
Bebês também podem ser infectados no momento do parto e desenvolver lesões verrucosas
nas cordas vocais e laringe.
As primeiras manifestações pelo HPV surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção.
A vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) não deve ser aplicada se a pessoa for alérgica a qualquer um dos componentes da vacina ou se sofrer alguma reação alérgica após receber uma dose.