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O que é HPV?


HPV é a sigla em inglês para o papilomavírus humano. Existem mais de 150 tipos conhecidos desse vírus, sendo a maioria inofensiva.


No entanto, alguns podem causar lesões na pele e na mucosa (normalmente verrugas) e, especificamente dois deles:

  • Tipo 16
  • Tipo 18

estão associados ao surgimento de câncer de colo de útero, vagina, vulva, pênis, ânus e orofaringe.

Por que se vacinar contra hpv?


Estudos indicam que cerca de 80% da população sexualmente ativa deve ser infectada pelo vírus em algum momento de sua vida. Além disso, não existe um tratamento específico contra o HPV.

Ainda que sejam tratáveis, as lesões provocadas pelo vírus podem evoluir para doenças graves.

A transmissão do HPV ocorre por via sexual e pode acontecer mesmo sem penetração.

Estima-se que haja entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil e que surjam 700 mil novos casos de infecção por ano

O câncer do colo do útero é o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres que vivem em regiões em desenvolvimento

Em 2018, cerca de 72 mil mulheres foram diagnosticadas com câncer de colo de útero e 34 mil morreram pela doença nas Américas

A vacina também protege contra os cânceres de vulva, vagina, peniano, anal, orofaringe, além de verrugas genitais

Dados: OPAS e OMS

Campanha de Vacinação


Desde 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha com a meta de eliminar o câncer de colo de útero e o classifica como um problema de saúde pública mundial. Até 2030, é esperado que:


90% das meninas vacinadas
90% das meninas estejam vacinadas aos 15 anos de idade

90% das meninas vacinadas
70% das mulheres sejam rastreadas com um teste de alta qualidade aos 35 anos e, novamente, aos 45

90% das meninas vacinadas
90% das mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero estejam em tratamento

Quem deve tomar a vacina

  • A vacina é indicada para meninas e mulheres de 9 a 26 anos de idade e meninos de 9 a 14 anos
  • A imunização deve acontecer, preferencialmente, entre 9 e 14 anos, quando é mais eficaz, segundo o Ministério da Saúde
  • Homens e mulheres imunossuprimidos de 9 a 45 anos
  • Homens e mulheres com câncer de 9 a 45 anos

Observação: No SUS, a vacina é liberada para crianças de 9 a 14 anos e para pessoas imunossuprimidas ou pacientes oncológicos. Após publicação da Nota Técnica nº 41 de 2024 do Ministério da Saúde, pessoas de 15 a 19 anos poderão receber uma dose da vacina, e portadores de papilomatose respiratória recorrente (PRR) poderão se beneficiar da vacinação com esquema preconizado em bula, de acordo com sua faixa etária.

Quantas doses são necessárias

A orientação é que a vacina seja aplicada em três doses:

  • 1ª dose
  • 2ª dose: dois meses após a primeira
  • 3ª dose: seis meses após a primeira

A vacina contra o vírus HPV recombinante deve ser administrada por suspensão injetável.


Observação: O Programa Nacional de Imunizações (PNI), por meio da NT 41/2024, recomenda dose única para meninos e meninas de 9 a 14 anos e três doses para imunodeprimidos e vítimas de violência sexual.

A importância da informação de qualidade


A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% da população elegível, mas os números estão abaixo do esperado no Brasil.


57% meninas

Menores

AC 33%
RN 46%
PA 43%

Maiores

PR 72%
MG 66%
SC 65%
37% meninos

Menores

AC 16%
AP 21%
PA 23%

Maiores

PR 59%
SC 50%
ES 48%

Os principais motivos da baixa imunização são a desinformação e a disseminação de fake news, como:

  • questionamentos infundados sobre a eficácia da vacina, boatos e mentiras espalhadas por movimentos antivacina e associações enganosas entre a vacina do HPV e religião
  • segundo o Fundo das Nações Unidas para Infância, a baixa adesão também acontece pela baixa taxa de alfabetização no Brasil
  • a imunização pelo SUS é relativamente nova, oferecida à população desde 2014
  • estudo realizado pela empresa Famivita mostra que 17% das brasileiras não sabem que o HPV pode ser transmitido sexualmente
  • poucas campanhas de vacinação contra o vírus

Sobre a Vacina

A vacina do Instituto Butantan é quadrivalente e protege contra o HPV de baixo risco tipos 6 e 11, que causam verrugas anogenitais, e de alto risco tipos 16 e 18, que causam câncer de colo uterino, de pênis, anal e oral.

A indicação é que a vacinação ocorra antes do início da vida sexual, para que homens e mulheres estejam protegidos do vírus desde as primeiras relações e não o transmitam para seus parceiros e parceiras.

Dúvidas

A vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) contém VLPs L1, que são proteínas semelhantes aos vírus do tipo selvagem. Como essas partículas não contêm DNA viral, não podem infectar as células ou se reproduzir. Nos estudos pré-clínicos, a indução de anticorpos antipapilomavírus com vacinas com VLPs L1 resultou na proteção contra a infecção.

O câncer de colo do útero é uma doença grave e pode ser uma ameaça à vida. Ele começa quando a mulher contrai alguns tipos de papilomavírus humano, que podem fazer com que as células normais do revestimento do colo do útero se tornem anormais ou lesões pré- cancerosas. Essas lesões são geralmente detectadas no exame de Papanicolau. Se essas lesões não forem tratadas, podem se tornar cancerosas.

As verrugas genitais são causadas por alguns tipos de papilomavírus humano. Costumam aparecer como verrugas irregulares da cor da pele e são encontradas dentro ou fora dos genitais de homens e mulheres. Podem doer, coçar, sangrar e causar desconforto. Às vezes, podem voltar depois do tratamento.

A melhor forma de prevenção é usar camisinha nas relações sexuais e se vacinar – o imunizante é distribuído gratuitamente pelo SUS. Vale ressaltar, porém, que o preservativo não impede totalmente a infecção pelo HPV, já que as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha.

O exame preventivo de Papanicolau, para mulheres, também é uma forma de prevenir lesões que causam o câncer de colo do útero.

A infecção pelo HPV é, na maioria dos casos, assintomática. A doença pode causar lesões na vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e região pubiana. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.

Bebês também podem ser infectados no momento do parto e desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe.

As primeiras manifestações pelo HPV surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção.

A vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) não deve ser aplicada se a pessoa for alérgica a qualquer um dos componentes da vacina ou se sofrer alguma reação alérgica após receber uma dose.