Com mais de 80% da população imunizada com duas doses, o Chile não está distribuindo uma terceira dose, mas sim iniciando a aplicação de uma dose de reforço, tendo em vista o risco da variante delta do SARS-CoV-2. O esclarecimento foi feito pelo presidente do Butantan, Dimas Covas, na manhã desta sexta (16), durante a entrega de 1 milhão de doses da CoronaVac, vacina do instituto e da farmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19, ao Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, totalizando 55,149 milhões de doses entregues desde janeiro.
“O Chile está adotando, da mesma forma que o Reino Unido, a previsão do segundo ciclo vacinal. A vacinação para o Covid deve ser anual, e como esses países adiantaram muito no primeiro ciclo, já estão prevendo o segundo ciclo. O mesmo deve acontecer aqui no Brasil a partir do ano que vem para todas as vacinas”, assinalou Dimas, lembrando que já há estudos em andamento, no Brasil e em outros países, prevendo o novo ciclo de vacinação. “São coisas diferentes. O Chile não está recomendando uma terceira dose, ele está planejando já a revacinação da sua população.” O país andino, assim como o Brasil, utiliza a CoronaVac – no caso do Chile, porém, o imunizante é negociado diretamente com a Sinovac.
A aplicação de uma dose de reforço anual na imunização contra a Covid-19 – assim como já acontece hoje em relação à influenza (gripe) – vem sendo cada vez mais discutida diante do avanço da variante delta do SARS-CoV-2. Dimas Covas ressaltou que ainda não foram feitos estudos populacionais, mas que os testes de laboratório mostram que as vacinas disponíveis contra a Covid-19 têm uma resposta neutralizante menor em relação à variante delta. Essa conclusão, no entanto, não compromete a eficiência da vacinação, desde que sejam aplicadas as duas doses (no caso da CoronaVac e das outras vacinas que necessitam de duas aplicações para completar seu esquema vacinal).
Inicialmente conhecida como cepa indiana, a delta tem uma velocidade de transmissão maior e já é dominante em diversos países. No Brasil, os primeiros casos de pessoas infectadas pela variante por transmissão comunitária foram identificados no início de julho, sendo que pacientes infe