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Dengue grave (dengue hemorrágica): conheça os principais sintomas e saiba quando buscar ajuda médica

A forma grave da doença pode atingir uma em cada 20 pessoas e causa problemas como dor abdominal intensa, vômitos persistentes e sangramentos


Publicado em: 20/12/2022

Cerca de metade da população mundial vive em risco constante de contrair algum vírus da dengue. Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a doença se manifesta de forma leve ou assintomática na maioria dos casos, mas uma em cada 20 pessoas pode desenvolver a dengue grave, antes conhecida como dengue hemorrágica, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. O risco é maior quando o indivíduo sofre uma segunda infecção, o que pode ocorrer devido à existência de quatro subtipos do vírus (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).

Os sintomas clássicos da dengue podem incluir febre alta (40°C), forte dor de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo, dor atrás dos olhos, dores musculares e nas articulações, além de náuseas e vômitos. 

Ao final da primeira semana, algumas pessoas podem entrar na fase crítica da doença, a chamada dengue com sinais de alarme. Ela costuma ocorrer quando a febre começa a baixar e o paciente sente uma “falsa melhora”, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse momento, podem aparecer os seguintes sintomas:

Dor abdominal intensa

Vômito persistente, às vezes com sangue

Sangramento nas gengivas ou nariz

Sangue nas fezes

Dificuldade respiratória

Confusão mental

Fadiga

Desidratação e sensação de boca seca

Pele pálida

Fraqueza

Sonolência

Hipotermia

Pressão baixa

Aumento repentino do hematócrito (porcentagem de hemácias)

Queda abrupta de plaquetas


Caso o indivíduo comece a apresentar essas manifestações, é necessário procurar atendimento médico imediatamente, já que as próximas 24 a 48 horas são determinantes para evitar complicações e morte. Se não for tratado a nível hospitalar, o paciente pode evoluir para a dengue grave, que pode resultar em:


Febre hemorrágica da dengue (extravasamento do plasma sanguíneo, que causa hemorragias severas)

Síndrome do choque da dengue (colapso circulatório e falência múltipla dos órgãos)

Os países da Ásia e da América Latina são os mais afetados pela dengue grave, que se tornou uma das principais causas de hospitalização e morte entre crianças e adultos nessas regiões, aponta a OMS. Em 2019, foram registrados 3,1 milhões de casos de dengue na América Latina, sendo 28 mil graves, e 1.534 óbitos.

 

Tratamento

Como não existe uma terapia específica para a dengue, o tratamento é feito com base em hidratação e medicamentos para controlar os sintomas, como paracetamol. Deve-se evitar anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno e aspirina, já que eles afinam o sangue e aumentam o risco de hemorragias.

 

Prevenção

O Instituto Butantan está desenvolvendo uma vacina tetravalente contra a dengue, que deve ser capaz de proteger contra os quatro subtipos da doença. O imunizante está na fase 3 de ensaios clínicos e protegeu 79,6% dos vacinados, de acordo com um acompanhamento de dois anos com 16 mil voluntários que receberam uma dose única. A vacina teve um bom perfil de segurança tanto entre quem já tinha tido dengue como em pessoas sem contato prévio com o vírus. Os dados foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine.

O controle dos vetores também é uma importante forma de prevenção, que deve ser mantida mesmo com a vacinação. Para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, deve-se evitar o acúmulo de água parada em locais que podem se tornar criadouros, como vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção etc. O uso de repelentes, inseticidas e larvicidas e a aplicação de telas em janelas e portas são outras medidas eficazes.

 

 

Reportagem: Aline Tavares

 

*Essa matéria foi atualizada em 15/5/2024 de acordo com a nova classificação determinada pela OMS, que substituiu o termo “dengue hemorrágica” por “dengue grave”, uma vez que nem todos os casos graves apresentam hemorragia.