A vacinação é uma das medidas mais importantes para a prevenção de doenças. Nesse sentido, o Butantan contribui com a saúde pública brasileira com a produção de diversas vacinas contra vírus e bactérias, gerando produtos de alta qualidade, segurança e eficácia.
São oito tipos de vacinas fornecidas ao Ministério da Saúde, cuja capacidade produtiva atual é resultante do desenvolvimento interno de processos para a obtenção de antígenos vacinais, além de processos de transferência de tecnologia e de PDPs (Parcerias de Desenvolvimento Produtivo) entre o Butantan e laboratórios externos.
Vacina Influenza sazonal trivalente (fragmentada e inativada)
A vacina Influenza do Butantan protege contra os três tipos de vírus Influenza mais prevalecentes e sua composição é alterada anualmente, devido à alta taxa de mutação do vírus. É produzida a partir da inoculação do vírus em ovos embrionados de galinhas. Após um período de incubação, o líquido alantóico que envolve o embrião é colhido, centrifugado, concentrado, fragmentado e inativado, originando uma suspensão da vacina monovalente. A mistura das suspensões de cada monovalente resulta assim na vacina trivalente.
Vacina adsorvida hepatite A (inativada)
A vacina adsorvida hepatite A (inativada) é indicada para vacinação contra a infecção causada pelo vírus da hepatite A. É produzida a partir de um vírus hepatite A, propagado em cultura de células humanas, em seguida purificada e inativada.
Vacina adsorvida hepatite B (recombinante)
É utilizada para prevenção da infecção provocada pelo vírus da hepatite B, sendo produzida a partir de leveduras recombinantes Pichia angusta (H.polymorpha) que expressam o antígeno de superfície do vírus da Hepatite B. A vacina do Butantan é a única vacina recombinante para uso humano totalmente desenvolvida e produzida no Brasil.
Vacina papilomavírus humano tipo, 6, 11,16 e 18 (recombinante)
A vacina papiloma vírus humano tipo 6, 11, 16 e 18 (recombinante) é indicada para a vacinação contra a infecção causada pelo vírus do papiloma humano (HPV), responsável pela ocorrência de câncer genital tanto em mulheres como em homens. As proteínas virais do HPV tipos 6, 11, 16 e 18 são produzidas separadamente em leveduras Saccharomyces cerevisiae, para serem formuladas em uma única dose quadrivalente.
Vacina Raiva (inativada)
A vacina da raiva é indicada na profilaxia da raiva humana, quando há necessidade de proteger indivíduos expostos ao vírus da doença em decorrência do contato com a saliva de animais transmissores ou como profilaxia em pessoas com exposição ocupacional ao risco da infeção pelo vírus. A vacina do Butantan é produzida em uma linhagem celular (células VERO), sem a utilização de componentes de origem animal, e apresenta um alto grau de pureza e uma eficiente resposta imunológica.
Vacina DTP, DT e dT
Para a produção da vacina tríplice bacteriana (DTP), são fabricadas separadamente a vacina de células inteiras da Bordetella pertussis, agente causador da coqueluche, combinada com os toxóides tetânico e diftérico, resultantes da fermentação bactérias Corynebacterium diphtheriae e do Clostridium tetani para obtenção das toxinas e posterior detoxificação.
A composição do toxóide tetânico com o toxóide diftérico dá origem à vacina dupla adulto (dT) e à vacina dupla infantil (DT).
Vacina DTPa
Indicada para crianças menores de sete anos, que apresentaram eventos adversos que contraindicam outra dose da vacina DTP de células inteiras, e em gestantes como reforço ou complementação do esquema da vacina dupla adulta (difteria e tétano), com o objetivo de diminuir a mortalidade de coqueluche em recém-nascidos. É uma vacina constituída por partes altamente purificadas de Bordetella pertussis, combinadas com os toxóides diftérico e tetânico.
Um longo caminho tem sido percorrido pelo Butantan no desenvolvimento de vacinas e adjuvantes, desde a pesquisa básica e a aplicação em etapas piloto, até o escalonamento em nível industrial, envolvendo equipes multidisciplinares em colaborações nacionais e internacionais.
A aplicação de ferramentas biotecnológicas tem contribuído para avanços no desenvolvimento de novos antígenos e adjuvantes, o que aumenta a segurança sem comprometer a eficácia dos novos produtos.
A Vacina da Dengue 1, 2, 3, 4 (atenuada), resultado da parceria do Butantan com o NIH (National Institutes of Health dos Estados Unidos) e ATCC (American Type Culture Collection dos Estados Unidos), é composta por vírus geneticamente atenuados, para proteção contra os quatro tipos de vírus da dengue. Um ensaio clínico com 17 mil voluntários, realizado em parceria com diversos centros nacionais, encontra-se em fase final para obtenção do registro junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Uma estratégia da Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o desenvolvimento e a produção de uma vacina contra a gripe causada pelo vírus Influenza aviário A (H7N9). O Butantan foi escolhido para ser um dos laboratórios mundiais a produzir e fornecer essa vacina, na iminência de uma pandemia pelo vírus H7N9. A vacina encontra-se em ensaio clínico fase II para a comprovação da segurança e eficácia.
O desenvolvimento da vacina Influenza tetravalente, com duas cepas de vírus A e duas cepas do vírus B, segue a estratégia do Ministério da Saúde de ampliar a eficácia da vacina na proteção contra a infecção pelo vírus da gripe. O Butantan está preparando a nova formulação da vacina, que deverá substituir progressivamente a vacina trivalente nas campanhas de vacinação.
Uma vacina adsorvida de Difteria, Tétano e Pertussis, menos reatogênica, vem sendo desenvolvida graças à redução do teor de lipopolissacarídeo, uma molécula presente na membrana celular do componente Pertussis da vacina. Esse processo deverá propiciar a produção de vacina com menor risco de reações adversas, sem afetar a sua potência.
Desenvolvido a partir do lipopolissacarídeo retirado da vacina Pertussis Low, o adjuvante BpMPLA vem sendo testado experimentalmente, demonstrando ser capaz de auxiliar vacinas a desencadearem uma resposta precoce, elevada e prolongada. Espera-se assim, reduzir a concentração de antígeno vacinal necessária e, consequentemente, os custos de produção.
Vacina atenuada desenvolvida pela Valneva, que está transferindo a tecnologia para o Butantan. O Butantan está conduzindo atualmente o ensaio clínico de fase 3 com adolescentes no Brasil.