O Hospital Vital Brazil (HVB), especializado no atendimento a pacientes picados por animais peçonhentos, iniciou suas atividades em novembro de 1945. Com uma experiência acumulada de mais de seis décadas dedicadas ao atendimento, ao ensino e à pesquisa, atestada pelos seus mais de 100.000 prontuários, é reconhecido como uma das mais importantes referências na área de envenenamentos por animais peçonhentos. O HVB mantém um serviço de pronto-atendimento e dispõe de 10 leitos para observação ou internação.
Desenvolvimento de estudos clínicos e epidemiológicos relacionados aos acidentes humanos causados por animais peçonhentos.Além da assistência a pacientes, o Hospital tem também importante papel na pesquisa clínica e padronização de procedimentos terapêuticos para os acidentes causados por animais peçonhentos no Brasil.
As principais linhas de pesquisa desenvolvidas no HVB estão relacionadas à terapêutica dos acidentes humanos causados por animais peçonhentos.Com o objetivo de diminuir a morbidade e letalidade causadas por envenenamento e reduzir reações aos antivenenos, ensaios clínicos têm sido realizados para avaliar a eficácia de diferentes tratamentos empregados.
Com programas de treinamento a profissionais da saúde e guias para o diagnóstico e tratamento dos acidentes humanos causados por animais peçonhentos, O HVB recebe médicos, estudantes de Medicina, enfermeiros e outros profissionais de saúde para treinamentos e estágios voluntários. Os técnicos do hospital participam ainda de cursos no próprio Instituto (visite também: Cursos e Estágios), dão aulas em hospitais, faculdades e outras instituições de ensino e pesquisa. Como serviço de referência no estado de São Paulo, o HVB participa da elaboração de normas técnicas e capacitação de equipes para atendimento aos pacientes e dá assessoria técnica ao Ministério da Saúde.
No Brasil, os soros antipeçonhentos são produzidos pelo Instituto Butantan (São Paulo), Fundação Ezequiel Dias (Minas Gerais) e Instituto Vital Brazil (Rio de Janeiro). Toda a produção é comprada pelo Ministério da Saúde, que distribui para todo o país por meio das Secretarias de Estado de Saúde. Assim, o soro está disponível em serviços de saúde e é oferecido gratuitamente aos acidentados.
Em São Paulo, a relação dos pontos estratégicos para o atendimento dos acidentes por animais peçonhentos está disponível no site www.cve.saude.sp.gov.br.
Acidentes por cobra
Acidente botrópico (causado por serpentes do grupo das jararacas): dor e inchaço no local da picada, às vezes com manchas arroxeadas e sangramento no ferimento causado pela picada; podem ocorrer sangramentos em gengivas, pele e urina. As complicações mais importantes são infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal.
Acidente laquético (causado por surucucu pico de jaca): quadro semelhante ao acidente botrópico, acompanhado de vômitos, diarreia, diminuição dos batimentos cardíacos e queda da pressão arterial.
Acidente crotálico (causado por cascavel): sensação de formigamento no local, sem lesão evidente; dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento, visão turva ou dupla, dores musculares generalizadas e urina escura.
Acidente elapídico (causado por coral verdadeira): no local da picada não se observa alteração importante; as manifestações do envenenamento caracterizam-se por visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e sonolência.
Observações
Serpentes não peçonhentas também podem causar acidentes. Nem sempre as serpentes peçonhentas conseguem inocular veneno por ocasião do acidente.
Acidentes por escorpião
Os escorpiões de importância médica estão distribuídos em todo o país, causam muita dor no local da picada, com boa evolução na maioria dos casos. Entretanto, alguns pacientes, principalmente crianças, podem apresentar manifestações graves, incluindo alterações respiratórias e nos batimentos cardíacos, necessitando de tratamento especializado.
Em caso de acidente, recomenda-se fazer compressas mornas e utilizar analgésicos para aliviar a dor até a chegada a um serviço de saúde e avaliação da necessidade ou não do uso do soro.
Acidentes por aranhas
São três os gêneros de aranhas de importância médica no Brasil:
Loxosceles (“aranha-marrom”): provoca acidentes quando comprimida; deste modo, é comum o acidente ocorrer enquanto o indivíduo está dormindo ou se vestindo, sendo o tronco, abdome, coxa e braço os locais de picada mais comuns. O veneno provoca uma lesão dermatológica, que pode ser confundida com outras doenças dermatológicas. Em alguns casos pode haver destruição de glóbulos vermelhos do sangue e comprometimento renal.
Phoneutria (“armadeira”, “aranha-da-banana”, “aranha-macaca”): a maioria dos acidentes ocorre principalmente nos meses de abril e maio. É bastante comum o acidente ocorrer no momento em que o indivíduo vai calçar o sapato ou a bota. O veneno causa muita dor no local da picada. Pode causar reações como sudorese profusa, vômitos, problemas respiratórios e cardíacos.
Latrodectus (“viúva-negra”): encontradas predominantemente no litoral nordestino, causam acidentes leves e moderados com dor local acompanhada de contrações musculares, agitação e sudorese.
Observações
– Aranhas caranguejeiras e tarântulas, apesar de muito comuns, não causam envenenamento.
– Aranhas que fazem teias geométricas, muitas encontradas dentro das casas, também não oferecem perigo.
Acidentes por taturanas ou lagartas
As taturanas ou lagartas que podem causar acidentes são formas larvais de mariposas que possuem cerdas pontiagudas contendo as glândulas do veneno. É comum o acidente ocorrer quando a pessoa encosta a mão nas árvores onde habitam as lagartas.
O acidente é relativamente benigno na grande maioria dos casos. O contato provaca dor e queimação local, com inchaço e vermelhidão. Somente o gênero Lonomia pode causar envenenamento com hemorragias e complicações como insuficiência renal.
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