Nos últimos dias, o governo da Malásia veio a público anunciar que o país pretende deixar de utilizar a vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, que no Brasil é produzida em parceria com o Butantan e chamada de CoronaVac, porque o estoque do imunizante está chegando ao fim, e não devido a questões de eficácia.
Em 15/7, o ministro da saúde malaio, Adham Baba, anunciou que o país iria manter a vacinação com a Sinovac apenas na segunda dose, já que havia aumentado o estoque de doses recebidas de outro fabricante. Dias depois, o coordenador do programa de imunização da Malásia, Khairy Jamaluddin, salientou que a decisão se devia à logística, e não a questões envolvendo a eficácia do imunizante.
"Não tem nada a ver com a eficácia da vacina da Sinovac. Tem havido muita especulação sobre isso. É porque receberemos toda a nossa entrega no final de julho e começo de agosto", explicou o coordenador do programa de imunização da Malásia, Khairy Jamaluddin. Ele ainda afirmou que se houver problemas com o fornecimento de outras empresas farmacêuticas, mais doses da vacina da Sinovac poderão ser compradas.
Até o primeiro dia de agosto, a Malásia vacinou, pelo menos com a primeira dose, um total de 14,2 milhões de pessoas, cerca de 44% da população total. Jamaluddin comentou, em uma nova coletiva de imprensa, que a taxa de vacinação diária do país está entre as mais rápidas do mundo. A previsão do ministro é que 80% do país seja vacinado até dezembro.
A eficácia da CoronaVac foi comprovada no Brasil por meio do estudo clínico de fase 3 com 13.060 voluntários, todos profissionais da saúde, população altamente exposta à Covid-19. Os resultados finais demonstraram que a eficácia geral do imunizante pode chegar a 62,3% quando o intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina é de 21 a 28 dias. Os dados foram divulgados na plataforma de preprints da revista The Lancet e estão em processo de revisão por pares.