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Para população de Serrana, participar do estudo realizado pelo Projeto S é “privilégio”


Publicado em: 23/03/2021

Fazer parte de um estudo inédito no mundo, que vai imunizar a população inteira de uma cidade para entender os impactos da vacinação no controle da pandemia da Covid-19, é um privilégio que só os moradores de Serrana têm. É dessa forma que a população descreve o sentimento de participar do Projeto S, que começou em meados de fevereiro e já está na segunda etapa, com a aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 nos voluntários.

Roseli Helena do Bem, de 57 anos, morou a vida inteira em Serrana. Para ela, que foi vítima do poliovírus, é um orgulho fazer parte de um estudo que vai contribuir para a saúde e o bem-estar das pessoas no futuro – assim como, no passado, voluntários contribuíram para o estudo de uma vacina que combatesse a poliomielite.

“Se hoje as crianças são saudáveis, podem correr, é porque teve um projeto parecido com esse para testar a vacina contra a poliomielite. Daqui vão sair muitas respostas que vão deixar a população mundial mais tranquila no futuro. E a gente também vai estar protegido”, afirma. Roseli conta que a maioria das pessoas que ela conhece tem reagido positivamente ao Projeto S, e que o estudo é uma esperança para que as coisas voltem ao normal mais rapidamente.

“Vou poder sair de casa, viajar, ir na casa dos parentes, fazer festa. Ter a minha vida normal. Porque está muito triste, a gente está preso. Se vou conversar com alguém, já vou com medo: ‘será que aquela pessoa está saudável?’. Estando imunizada, não vou ter medo de estar me contaminando ou de estar passando o vírus”, acrescenta. Além disso, ela espera que a situação econômica melhore, que as pessoas retomem suas atividades e o comércio reabra.

 

O estudante João Pedro Campos, de 19 anos, pensa como Roseli. Ele tomou a segunda dose da vacina em 17 de março e não teve nenhum sintoma adverso. Para João, participar do Projeto S é uma forma de retomar a vida como era antes da pandemia de Covid-19. “Esse estudo vai ser muito bom porque as pessoas da cidade estão aflitas querendo tomar a vacina pra poder se imunizar e fazer o que faziam antes”, conta. O que João mais quer é voltar a sair com os amigos e, principalmente, poder estudar presencialmente. “Você aprende muito mais do que estudando em casa.”

 

E não é só quem é voluntário do Projeto S que se sente privilegiado. Michel Costa mora em Ribeirão Preto e trabalha no Projeto S como vigilante da EMEF Professora Dalzira Barros Martins, escola que sedia a Sala de Monitoramento. Ele conta que ficou feliz quando começou a atuar no estudo, mas logo entendeu que era uma posição de muita responsabilidade. “A gente consegue ter uma dimensão maior do que é o problema do coronavírus. Quando a gente está de fora, vê só uma parte. Mas participando da mecânica da pesquisa, a gente tem noção de até onde está atingindo toda a sociedade”, explica.

 

 

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