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Você no Butantan - Juliana Araújo, gerente de RH Estratégico


Publicado em: 19/12/2019

A entrevistada do último Você no Butantan de 2019 é Juliana Araújo, 34. Formada em administração de empresas, a gerente de RH Estratégico da Fundação, trabalha há pouco mais de um ano e meio no Butantan, mas já participou ativamente de diversos projetos num momento de transformação da instituição.

Ela concilia as atividades do Butantan com a administração de duas franquias de uma rede de lojas de chocolate, viagens e suas duas cachorrinhas,  Jully e Anny.

Para Juliana, a gestão de pessoas tem quatro pilares (atração, retenção, desenvolvimento e motivação) e são eles  que a orientam em seu trabalho no Instituto. “Eu quero contribuir para que as pessoas tenham satisfação em trabalhar aqui e consigam fazer as melhores entregas para organização."

Butantan Notíciais – Qual foi a sua trajetória profissional até chegar ao Butantan?

Juliana Araújo – Eu trabalhei durante dez anos numa indústria farmacêutica chamada Astrazeneca. Minha carreira sempre foi na área de gestão de pessoas, mais focada na parte de desenvolvimento de RH, incluindo partitura de treinamento, plano de desenvolvimento e plano de sucessão. Tive outras experiências antes, mas todas na área de administração, com foco em RH.

Antes de vir para cá eu passei pela área de comércio também, abrindo uma franquia de uma rede de lojas de chocolates e fiquei 100% dedicada a isso por um tempo. Atualmente, além do Butantan, cuido de duas destas lojas e concilio os dois trabalhos. São coisas diferentes, mas acabam demandando questões parecidas porque lá eu também lido com pessoas, tendo que gerenciar um time. Além disso, são dois trabalhos muito bons, porque um é sobre chocolate e outro é sobre saúde da população.

B.N. – Quais os principais desafios na gestão de pessoas numa instituição como o Butantan?

J.A. - Tem muitas particularidades. Nunca vi uma empresa com tantas frentes. A gente tem pilares, por exemplo, na parte cultural, parte de pesquisa e desenvolvimento e na parte industrial, que é mais próxima à indústria farmacêutica. Mesmo dentro destas frentes, a gente tem muita diversidade. Então, sempre que vou tentar atrair algum candidato para trazer para cá eu falo muito da questão do aprendizado e do crescimento. Por exemplo, quando a gente fala da cadeia de soro, a gente tem desde a extração do veneno até o produto final disponível no nosso hospital. Portanto, é uma cadeia completa.

Acho que o principal desafio para o qual eu vim é justamente o Butantan estar numa transformação muito grande e visível. Eu tô aqui há quase dois anos e nesse pouco tempo muita coisa se transformou, desde o espaço físico de trabalho, como o Centro Administrativo, passando pela gestão e até a nossa expansão na produção de vacinas e soros.

Eu vim porque uma transformação só é possível através de pessoas. Para isso, a gente precisa desenvolver essas pessoas, ter as pessoas certas nos lugares certos, para que, de fato, a gente consiga atingir os nossos objetivos. Nós trouxemos alguns profissionais que não tínhamos de fora, mas também desenvolvemos algumas pessoas para atribuições maiores aqui dentro. Por exemplo, algumas pessoas em cargos técnicos passaram a ter cargos de liderança.

Outro desafio importante foi atuar ajudando os gestores na ampliação de pessoal para ver se internamente a gente já tinha essa mão-de-obra ou se precisaria ir buscar no mercado. Houve uma ampliação grande nas áreas de produção, na qualidade, na infraestrutura e na própria área administrativa. Nesse ponto, a minha tentativa foi ser um ponto de ligação entre a Diretoria e a área de RH, e dos colaboradores como um todo.

B.N. – Nesta fase de transformação, dentre os projetos da instituição dos quais esteve envolvida, quais você destaca?

J.A. – A reorganização é um deles. Há mais de dez anos não tínhamos uma atualização da estrutura do Butantan e muita coisa estava desalinhada com a nossa realidade. Por exemplo, os laboratórios novos que não estavam no decreto ou laboratórios que estavam no decreto e já não existiam mais. O que a gente fez foi deixá-lo mais próximo de como o Butantan funciona hoje.

Outra coisa foi a reunião de gestores que fazemos todos os anos para alinhar próximos passos, as expectativas da instituição naquele ano, para que as pessoas se conheçam e fiquem mais próximas.

Com relação ao RH estratégico, há quatro pilares que eu julgo importantes na gestão de pessoas. São eles atração, retenção, desenvolvimento e motivação. E precisamos atuar em todas essas frentes.

Nesse sentido, o que estamos fazendo e que devemos terminar no início de 2020 é o plano de cargos, com todas as descrições e nomenclaturas adequadas ao que o mercado utiliza. Isso tudo para trabalhar a retenção de colaboradores internos e também a questão de ser atrativo para profissionais do mercado.

Outro ponto importante é a parte de plano de sucessão. Hoje nós temos diversos profissionais aqui, mas precisamos pensar no amanhã. Nós queremos desenvolver as pessoas para que possam assumir novas posições e até para que os gestores possam ter novos desafios profissionais dentro do Butantan. Então estamos criando as linhas de sucessão para que as pessoas estejam preparadas para quando as oportunidades surgirem.

Para isso também, é necessário ter um ambiente de trabalho que propicie as melhores entregas. Quando a Diretoria indicou a mudança da área administrativa para um novo prédio, eu atuei na disposição para encaixar todas as áreas e todas as equipes. No andar de baixo do Centro Administrativo, inclusive, estamos em reforma no momento para, em março, trazer outras áreas, como Ensaios Clínicos e Farmacovigilância, por exemplo. Teremos ainda um auditório para a realização treinamentos e fóruns que vão ajudar no desenvolvimento dos profissionais.

B.N. – Quais as suas expectativas para o ano de 2020?

J.A. – A expectativa é que o Butantan continue crescendo e que a gente tenha muito forte a consolidação como um time, que as pessoas consigam se desenvolver e estarem integradas e que eu possa ajudar nesse processo, na implementação de programas de RH estratégico. Queremos que as pessoas cada vez mais tenham um ambiente de trabalho favorável, que a cultura organizacional seja gostosa de trabalhar, que as pessoas se sintam, de fato, parte da instituição, que seus propósitos pessoais estejam casados com os da instituição, que enxerguem valor nela. Eu quero contribuir para que as pessoas tenham satisfação em trabalhar aqui e consigam fazer as melhores entregas para organização.

Mais objetivamente, no próximo ano, estamos atuando bastante num programa de desenvolvimento de gestores. Estamos implementando também um código de vestimenta também para imprimir o como queremos ser vistos e que as pessoas, de fato, nos vejam como queremos.

Queremos ainda retomar o projeto de oportunidades iguais, uma maneira de internamente as pessoas tenha oportunidades de transferências laterais ou promoções, algo que é bem legal para a saúde da organização. Imagina que eu tenho uma vaga no financeiro e tem uma pessoa na produção que quer ir para essa área e tá até fazendo uma faculdade. Em vez de eu buscar um profissional de fora, eu poderia aproveitar esse talento interno.

O mesmo vale para aquele que quer mudar de área e quer saber como aplicar, quais requisitos necessários, quais atividades daquela área. Uma maneira de saber como se preparar também para futuramente assumir uma posição na área desejada.

B.N. – O que gosta de fazer nas horas vagas?

J.A. - As horas vagas não são tão vagas assim, né? (risos). Nos finais de semana e durante a semana, à noite, eu estou gerindo as lojas. Mas quando sobra um tempinho eu gosto muito de viajar. Qualquer lugar para mim é bacana, interior, litoral de São Paulo, mas eu tenho um preferido que é Orlando (EUA). Sou apaixonada pela Disney! Gosto de todos os personagens, especialmente das princesas, dos contos de fada, e adoro os parques também, coloco minha orelhinha da Minnie e me divirto. Eu já fui várias vezes e até meus amigos brincam com isso.

Gosto muito de ler também, até para dar uma desacelerada. Então, à noite, eu procuro ler alguns romances e suspenses.

Sou bem caseira. Então eu gosto muito de ficar em casa com as minhas duas cachorrinhas, a Jully e a Anny. Nomes bem originais, sem qualquer relação com o meu, Juliana (risos). Elas são da raça spitz e uma delas é bem novinha, tem apenas cinco meses e está em adaptação. São as coisas mais gostosas.

B.N. – O que o Butantan representa para você?

J.A. - De verdade, eu tenho um carinho muito grande pelo Butantan. Além de a gente trabalhar com a questão da saúde, nosso slogan é “a serviço da vida”, é um orgulho por se tratar de uma organização brasileira. Está nas nossas mãos fazer do Butantan um player importante para o nosso país e para o mundo. Eu fico muito satisfeita.

Esse ano, por exemplo, meus pais tomaram a vacina contra a gripe. Então, é muito legal fazer parte de algo que é para a minha família, para a sua família. Além das diversas outras vacinas e medicamentos que estão sendo desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida das pessoas. E tudo isso de graça, através do SUS. O que me brilha os olhos é trabalhar e contribuir para uma coisa que é nossa, que é do nosso país.