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Vacinas também podem tratar: entenda a diferença entre imunizantes profiláticos e terapêuticos

Enquanto um previne doenças com a produção de anticorpos, o outro ajuda a tratar infecções já instaladas com resposta celular


Publicado em: 04/10/2023

As vacinas profiláticas fazem parte da vida de pessoas de todas as idades. São aquelas injeções bem conhecidas que compõem o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e ajudam a prevenir diversas doenças há décadas, como varíola, sarampo, influenza, entre outras. O que muitos não sabem é que existe outra classe de imunizantes cujo foco é tratar infecções já instaladas. Esses produtos são chamados de vacinas terapêuticas, pois atuam estimulando o próprio organismo a combater a doença.

Os imunizantes terapêuticos são formados por partículas que apresentam antígenos ao sistema imune para potencializar a resposta contra uma infecção. Essa estratégia tem sido estudada, principalmente, no tratamento de doenças virais, como HPV, HIV e hepatite B, e de alguns tipos de câncer.

Enquanto o foco principal das vacinas profiláticas é produzir uma grande quantidade de anticorpos, que ficam a postos para atacar vírus e bactérias invasoras, as vacinas terapêuticas são mais voltadas para a criação de uma resposta rápida de células T, em especial as CD8+, capazes de matar células infectadas.

Segundo a pesquisadora Luciana Leite, do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Instituto Butantan, a vacina profilática cria uma imunidade do zero. “Essa resposta demora um certo tempo para ser estabelecida e pode exigir mais de uma dose