Depois de mais de 10 anos consolidando uma trajetória em Recursos Humanos, a paulista Cristiane Ferreira Graça de Lima, decidiu mudar o rumo profissional aos 33 e cursar Biomedicina para se tornar pesquisadora científica. O Instituto Butantan, que antes era sinônimo de diversão, um parque para ver cobras e empinar pipa, se tornou local de trabalho e segunda casa. O maior desejo de Cristiane, após passar por uma série de problemas de saúde, era ter a oportunidade de ajudar as pessoas – e foi o que ela fez: passou a pandemia fazendo mestrado no Butantan, pesquisando fatores que influenciam a gravidade da Covid-19 e contribuindo para a produção de conhecimento sobre a doença.
Foram suas experiências pessoais que a levaram a seguir esse caminho. Quando ainda atuava como gerente de RH, Cristiane precisou fazer uma cirurgia de hérnia de disco com urgência – na época, ela estava quase perdendo o movimento do lado direito do corpo. Os problemas afetaram não só a saúde física, mas também a mental. “No mesmo período, comecei a sentir dores de cabeça muito fortes, mas ninguém descobria o que era. Fiz ressonâncias, fui internada várias vezes e tinha remédio que não fazia mais efeito. Eu me sentia impotente; a dor foi aumentando, me enterrando”, conta ela, que hoje tem 39 anos.
Durante a graduação em Biomedicina, uma vaga de estágio no Laboratório de Dor e Sinalização do Butantan chamou a atenção. Cristiane foi selecionada e atuou como estagiária da pesquisadora científica Sonia Andrade. Aprendeu a trabalhar na bancada, ler e interpretar artigos científicos para usar como fonte de pesquisa, e entendeu pela primeira vez o que era um laboratório. Em 2020, já formada, ingressou no mestrado da Escola Superior do Instituto Butantan (ESIB), tamb&